quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O Feitiço do Tempo - Resenha

A personagem principal acorda, faz suas coisas do dia a dia e vai dormir, como faria em qualquer dia normal. só que esse não é um dia normal pois quando essa personagem acorda novamente ele se repete. e de novo. e de novo.  

Pode não parecer um enredPhil Connors, personagem de Bill Murray em O Feitiço do Tempo, teve que repetir incontáveis vezes o dia da marmota, o acontecimento foi inédito e acabou tendo grande influencia em várias outras obras fictícias. 
o original, todos já vimos essa ideia ser reproduzida em séries de tv, livros, filmes e quadrinhos, mas acontece que quando

Apesar da ideia de um loop temporal ter sido original, certamente não foi no filme de Harold Ramis que ela conseguiu alcançar todo o seu potencial. Um dos loops mais celebrados hoje em dia é do episódio Mistery Spot onde os protagonistas da série americana Supernatural ficam presos em uma terça feira. Um pouco menos famoso mas extremamente bem executado é o loop do livro de estréia da escritora americana Lauren Oliver, Antes que eu vá, onde a protagonista repete várias vezes o dia da própria morte.


Em O Feitiço do Tempo Phil só consegue quebrar o feitiço após conhecer todos os cantos e pessoas de Punxsutawney, aprender a tocar instrumentos, salvar a vida de pessoas e ser mais agradável do que ele normalmente seria, o que poderia ser considerado nobre e passar uma mensagem interessante mas, assim como as muitas tentativas de suicídio, os crimes cometidos e o curto caso que teve com Nancy Taylor, com quem supostamente fez o ensino médio, foi feito simplesmente para combater o tédio. O mesmo pode ser dito sobre seu romance com Rita, personagem de Andie MacDowell. Todo o sentimento que ele afirma ter por ela não é convincente, passando a ideia de que ela é apenas uma das muitas distrações nesse dia interminável.

No geral, O Feitiço do Tempo não vai ser o filme que vai mudar a sua vida. O roteiro tem falhas e as personagens possuem pouco carisma, mas certamente não é um filme que não tem o seu valor. Contrariando a mensagem que o filme tenta passar, de que nós devemos aproveitar melhor o tempo que temos, O Feitiço do Tempo é um filme que pode arrancar algumas risadas do espectador e servir de um bom passatempo.



oi entao eu escrevi isso não é plagio ok oi professor 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Swingset


Video de Andrea Gibson (tradução de saminterrupted)
http://www.youtube.com/watch?v=IM86SmWE6OU

“Você é um menino ou uma menina?” ele pergunta, me encarando no seu um metro e cara de pudim, e eu digo “Dylan, você está nessa classe há 3 anos e ainda não sabe se eu sou um menino ou uma menina?” e ele diz “uh-uh.” e eu digo “bem, a essa altura, eu não acho que importa, você acha?” e ele diz “uhhhm, não. Tu me empurra no balanço?” e isso acontece todo dia. é uma onda de curiosidade de jardim de infância correndo direto pras pedras que sou eu, o que quer que eu seja.

E a classe, quando a gente discute a via láctea, a órbita do sol em volta da terra.. ou qualquer coisa. jupiter, saturno, marte, e crianças, vocês sabiam que algumas das estrelas que a gente no céu estão tão distantes, que elas já acabaram? o que vocês acham disso? Timmy? “umm.. minha mãe diz que mesmo que você tenha pelo nas pernas, e o cabelo na sua cabeça seja curto, e você cheire mal, que nem meu pai, você é uma garota” “obrigada, Timmy!”

E é assim. no parquinho, ela olha pra mim através dos óculos de sol cor-de-rosa e pergunta, “você tem namorado?” e eu digo não, e ela diz “oooooh, você tem namorada?” e eu digo “não, mas se por algum milagre, daqui uns vinte anos, eu finalmente arrumar uma, eu com certeza vou trazer ela aqui pra te conhecer. que tal?” “ok. me empurra no balanço?”

E é isso. eles não se importam. eles não se importam! nós, por outro lado.. meu pai sentado do outro lado da mesa na ceia de natal, rangendo os dentes em cima do prato ainda cheio, seu apetite arrancado pela intrusão do meu corte de cabelo, “o que você estava pensando? você costumava ser uma menina tão bonita!” colegiais, bêbados, gritando, se inclinando pela janela do carro do papai, “ei! você é viado ou sapatão?” e eu me pergunto o que aconteceria se eu esbarrasse com eles no meio da noite.

E é claro, tem sempre a lâmpada fluorescente do banheiro público que de algum jeito não ilumina o suficiente, “senhor! senhor, você sabia que esse é o banheiro feminino?” “sim, senhora, eu sei, é só que eu não me sinto confortável trocando o absorvente no banheiro masculino.”

Mas o melhor, o melhor é sempre a mãe no mercado, tampando o nariz enquanto empurra pro lado os olhos grandes da filha, sussurando “não encara, é rude” e eu quero dizer, “escuta, moça, a única coisa rude que eu vejo é sua mão paranóica empurrando pro lado a melhor educação sobre "personalidade" que essa garotinha vai conseguir, vivendo com seu batom, pedicure e beleza com cheiro de baunilha; então por que você não pega seus rosas e azuis, suas regras de menino e menina e enfia tudo naquele carro? porque amanhã eu começo meu dia com vinte e oito mentes que sabem bem mais que você e se eu aparecer num vestido rosa de babadinhos, aquelas crianças não vão me amar mais, nem menos”

“ei, você é um menino ou uma - tanto faz, tu me empurra no balanço?” e um dia, galerinha, quando a gente crescer, vai ser tudo simples assim"

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sejamos Gays. Juntos.

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —


Fonte: Projeto #EuSouGay